quarta-feira, junho 04, 2008

O instinto de sobrevivência

Já se previa à muito a aula de Área de Projecto de hoje. Seguindo a mesma linha dos períodos passados, a professora subiu-me mais um valor, tal como a todos os restantes alunos. Nasce assim um problema desnecessário, levantam-se falsas questões e recorrem-se a argumentos e ataques desnecessários.

O principal problema no meio de toda esta discórdia reside nalgo que muitos recusam-se a ver e a aceitar: Heterogenidade entre os grupos. Temos um grupo formado substancialmente por excelentes alunos, interessados e qur lutam sempre pela melhor nota possível. Do outro lado, temos um grupo totalmente diferente . Obviamente que as diferenças são sentidas na rotina do grupo e na forma de trabalho.

A apresentação final foi certamente uma das melhores apresentações que realizei até hoje e se tal foi possível houve necessidade de desenvolver um trabalho (muitas vezes difícil) ao longo de quase 9 meses. O que algumas pessoas não quiseram ver é que houve elementos responsáveis por tudo isso e que sem elas o projecto não teria a mesma qualidade.

Ambos os trabalhos tiveram a mesma nota. O "problema" é que se no primeiro todos os elementos trabalharam ao máximo, o mesmo já não será inteiramente verdade no segundo. Se este grupo teve elementos que trabalharam menos, o que aconteceu para que a nota fosse igual?

Aconteceu que houve pessoas que esforçaram-se mais para que não se notasse esse défice. Houve pessoas que trabalharam e derem o máximo para no final conseguirem algo de que se orgulhassem.

O principal ponto que levantou estes problema foi a nota que cada um dos trabalhos obteve: 19. Caso ambos os trabalhos tivessem conseguido 20 (que seria merecido, IMHO), ninguém levantaria problemas pois ficavam todos satisfeitos. Acontece que tal como o primeiro grupo disse, "não há trabalhos perfeitos" (discutível...).

No meio de uma discução disparatada que em nada fica atraz da peixarada da lota de Matosinhos, poucos foram os comentários censatos, tendo-se estes resumidos a dois ou três elementos.

Nestas alturas de desespero, onde muitos sabem que uma nota melhor pode ajudar bastante, perde-se a lógica, a racionalidade. Acorda um instinto de sobrevivência que desconheciamos e parte-se para um ataque plural. Tenta-se de qualquer forma conseguir o que se quer sem olhar a meios.

Fiquei desiludido com vários comentários que me magoaram. Mas será que os posso censurar? Claro que não. Talvez numa situação semelhante este instinto também tomasse de ataque toda a minha racionalidade.

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